sábado, 19 de maio de 2007

IDENTIDADES...


De Eva te batizaram,
Mas fostes a nossa Evinha,
Pois era assim que gostavas
De ser por todos chamada.

Mulher corajosa e tenaz,
Além do teu tempo vivestes.
Guerreira valente e sagaz,
Incontáveis batalhas vencestes!

Criança ingênua e linda,
Alma bela e apaixonada!
Alegria da vida estampada,
Em teu jeito gracioso de ser...

Te vejo em minha saudade,
Moderna e jovem senhora!
Trajando coloridos vestidos
De gosto e estilo apurados.

No rosto, um suave rouge...
Na boca o mesmo batom.
Tuas unhas sempre cuidadas,
De tuas mãos delicadas
E que em teus frágeis pés de menina,
Enfeitavam as tuas belas sandálias!

Teu riso alto e gostoso;
Tua espirituosa maneira de falar...
Enquanto muito gesticulavas,
Também te escapuliam palavras
De tal modo engraçado e jocoso,
Que de nenhuma memória irão se apagar.

Me enxergo e me sinto em ti...
Evinha, minha amada vozinha!
Alguns olhos não nos podem ver...
Nossa espontânea mania de viver,
Incomoda a quem nos quer fazer,
Do jeito que eles pensam deveria ser;
Senão aquele... Que nunca será,
O do nosso querer...

Sou a tua eterna Baninha...
E tu... A minha vozinha Evinha!
(Silvânia Barros – 19/05/2007).

quinta-feira, 17 de maio de 2007

CONTRADIÇÕES...



Luto por fazer acontecer...
Persisto,
Insisto,
Acredito.

Sinto-me naquela realidade
Concebida,
Construída,
Constituída.

De repente, no já acontecendo fazer,
Escancara-se uma verdade.
- a tua -
Nua,
Crua,
Covarde.

Num grito desesperado e aflito,
Não consigo me conter.
Me fito,
Me irrito,
Fica o dito,
Pelo não dito...

Desfaz-se o feito e o acontecido,
O concebido e o construído.
Razão não há... Nem mais sentido!

(Silvânia Barros – 06/05/2007).

INTERROGAÇÃO (?)



Como te encontrar,
Se o destino te arranca
E te afasta de mim?

Que lugar é este...
Que te esconde e te isola
De um mundo novo,
Onde a tecnologia impera,
Mas que de nada adianta,
Pois sequer podemos nos falar!

Triste e fria realidade,
Que não posso aceitar.
Se o amor é mais forte,
Nada nos impedirá a vontade...

Gestos e palavras de esperança
Foram apenas pinceladas de ilusão?
Algumas horas de virtual desejo
Não passaram de devaneios em vão?

Te quero, e não te posso ter?
Te espero, e tu não vem...
Te procuro, e não te acho...

Não posso, nem preciso entender.
Sonhar, já não me é permitido...
Por que tanto sofrimento reprimido,
Se a quem eu faço tanto querer,
Viverá assim sempre escondido,
Aprisionando tudo o que poderia ser?

( Silvânia Barros 29/04/2007).

H O J E ...






Vislumbrar o amanhã,
Já não me é interessante.
Preciso que o hoje aconteça,
Mas este hoje insiste em ser o ontem...
Numa espera sempre incerta e angustiante
De que você, meu amor, me apareça...
Inteiro em mim, todinho pra mim,
Como uma febre terçã, persistente e intensa,
Fazendo o meu hoje, diferente do ontem...

( Silvânia Barros 28/04/2007).

TE QUERO... (Poemeto)



Te amo, te quero como nunca!
Não, num pensamento distante,
Nem em fantasias de um desejo alucinante.
Te quero presente e palpável,
Pulsante em minhas entranhas,
Sentindo o calor ardente e incomensurável,
Deste meu corpo clamante e sedento
De muito amor por ti...

(Silvânia Barros, em 22/04/2007).